Contém uma análise sobre dark patterns da maior empresa de turismo online do mundo, nossos últimos cases e um estudo exclusivo da Flowcode sobre gerenciamento de produto.
Saudações de final de ano!
Nossa ultima edição do ano vem em época de festas. E por aqui, nós também estamos em festa. 2024 foi um ano de transformação onde conseguimos descomplicar a criação de software e comunicação com o cliente. Entregamos muitos projetos desde webdesign, agentes de IA a sistemas robustos.
Em ritmo de festa, vamos começar com nossa introdução clássica dos assuntos dessa Flowletter:
Todo mês trazemos para vocês nossos projetos que entraram em produção e dessa vez foi a Median. A median é uma empresa que atua com varejo de cosméticos, realiza venda de inúmeros produtos para lojas que revendem para o consumidor final.
Para colocar toda a operação de pé, eles utilizam o Tiny ERP, um sistema de gestão focado no comércio, mas que, todavia, não entrega todas as funcionalidades necessárias para a Median.
Sistema da Median - Supabase + Flutterflow
Por exemplo:
E assim criamos uma solução que atua como intermediaria, recebendo e enviando dados do tiny e tratando eles da maneira que o cliente merece.
Falando em cliente, um salve para o Valentim, nosso cliente mais gente boa!
Final do ano batendo na porta e claro que eu quero viajar também, além de ajudar um cliente na gestão de uma propriedade nas plataformas analisadas.
Essa análise me trouxe bastante diversão pois pude usar muito as ferramentas e obter insights sobre usabilidade que vão na contramão do balanço financeiro das empresas…
Pelo menos aparentemente. É quando o design confuso gera lucro para empresa através dos dark patterns.
Vamos aos números.
• Booking Holdings:
• Receita TTM: US$ 32,2 bilhões
• Lucro Líquido: US$ 8,5 bilhões
• Margem Líquida: 26,4% (Sim, é isso mesmo. Quase 1/4 de tudo vira lucro.)
• P/L (Preço/Lucro): 21
• ROE (Retorno sobre Patrimônio): 70% (Absurdo, né? Cada dólar investido no patrimônio deles rende 70 centavos.)
• Airbnb:
• Receita TTM: US$ 15,6 bilhões
• Lucro Líquido: US$ 3,8 bilhões
• Margem Líquida: 24,3% (Competitiva, mas ainda abaixo do Booking.)
• P/L: 37 (Avaliação de mercado bem mais agressiva.)
• ROE: 30%
• Expedia Group (Vrbo):
• Receita TTM: US$ 14,5 bilhões
• Lucro Líquido: US$ 1,6 bilhão
• Margem Líquida: 11%
• P/L: 18
• ROE: 20%
Agora, a parte divertida. Vamos destrinchar o que essas empresas entregam em termos de experiência de usuário:
• Booking:
Interface antiquada, confusa, e sobrecarregada. Mas aqui está o segredo: funciona porque explora psicologia de conversão.
• Pressão psicológica: “Último quarto disponível”, “42 pessoas olhando agora.”
• Foco em filtros poderosos e busca personalizada.
• O caos é proposital – e converte bilhões.
• Airbnb:
É o exemplo a ser seguido. Tudo parece ter sido feito pensando no usuário:
• Features úteis como chat integrado, ofertas especiais e configurações intuitivas de propriedades.
• Interface limpa que combina simplicidade com funcionalidade.
• Resultado? Fidelidade do usuário e retenção.
• Vrbo:
Parece uma versão inacabada do Airbnb.
• Copia a essência, mas peca na execução.
• Bugs em configurações e uma experiência geral inconsistente afastam usuários.
Aqui está o paradoxo: uma boa interface nem sempre ganha o mercado. O Booking prova que escopo, escala e estratégias de conversão podem superar falhas visuais propositais. Mas o Airbnb nos lembra que funcionalidade bem pensada pode construir lealdade e uma marca forte adorada pelos clientes.
O booking definitivamente incorre em dark patterns - táticas propositais de design que irão levar o usuário em uma determinada direção. Tanto em relação a esconder algumas informações, quanto a utilizar o gatilho da urgência (só resta 1 vaga)! E também em relação a bugs propositais que impedem o usuário de ir na direção desejada.
Os acionistas da booking estão felizes, principalmente com o retorno ali indicado, mas os usuários não e em minha visão, um dia a conta chega.
Cade vez mais as pessoas estão cientes de seus direitos quanto consumidores online e de fato irão cobrar. Eu mesmo já fiz isso com a Booking, quando fui enganado sobre a taxa de caução mínima que não era anunciada na oferta (200 euros). Consegui um acordo com eles reclamando diretamente com o Vice de PR da empresa.
Em suma, é aquele velho ditado da vó “mentira tem perna curta”. Um dia nós descobrimos…e não esquecemos!
Nesse ano, vivenciamos na pele diversos desafios de gerenciamento de projetos e de produto. Levantar requisitos, alinhar com os responsáveis, escrever as regras de negócio e histórias de usuário para o time de desenvolvimento e… entregar no prazo e dentro do orçamento!
São inúmeros desafios, e um processo bem definido e colaborativo pode ajudar. Com isso em mente, perguntamos à elite de Product Managers do Brasil os maiores desafios e melhores práticas para garantir uma entrega de qualidade.
O resultado consta no nosso report, que atualiza conforme novas respostas chegam:
https://www.flowcode.cc/state-of-digital-products
Até a próxima edição ano que vem!